TRANSGÊNICOS E O MANEJO DE RESISTÊNCIA À PRAGAS
Bacillus thuringiensis
A história da bactéria Bacillus thuringiensis (Bacillaceae) começou em 1901 quando uma epidemia causou a mortalidade em massa de larvas do bicho-da-seda (Bombyx mori) no
Japão, ficando conhecida como “sotto-disease”. O bacteriologista japonês Ishawata, estudando essa epidemia conseguiu isolar uma bactéria, até então desconhecido, da larva morta. Já nessa época o pesquisador relatou a existência de uma toxina que estaria relacionada com a morte das larvas (Ishawata 1901, 1905 e 1906).
Em 1908, Iwabuchi denominou a bactéria descoberta como B. sotto Ishiwata, mas posteriormente essa nomenclatura foi considerada inválida (Glare & O’Callagham, 2000). Em
1911 Berliner isolou células de uma bactéria formadora de esporos, de lagartas da espécie
Anagasta kuehniella (mariposa da farinha) e em 1915, em homenagem à província alemã de
Thuringia, de onde foi isolada, o nome Bacillus thuringiensis foi adotado. A mesma bactéria foi posteriormente isolada por Mattes em 1927 e desde então Berliner e Mattes relataram a patogenicidade deste tipo de bacilo para as larvas deste inseto.
O termo Bacillus thuringiensis geralmente é empregado para uma única espécie, mas considerando aspectos taxonômicos esta bactéria pertence a um complexo de várias espécies (B. anthracis, B. cereus, B. mycoides, Bt e B. weihenstephanensis). Este complexo é denominado B. cereus. Bt e B. cereus mostram características fenotípicas e bioquímicas comuns, mas por definição, Bt pode ser diferenciado pela presença dos cristais (Luthy & Wolfersberger, 2000), visíveis em microscopia de contraste de fase. Os métodos moleculares como hibridização do
DNA cromossômico, análise de ácidos graxos e fosfolipídeos, comparação da seqüência 16S rRNA, entre outros, mostram que estas duas espécies são, na verdade, somente uma. Esta semelhança é devido tanto à capacidade do Bt de parar de produzir as d-endotoxinas, “tornandose” B.