TRABALHO SOBRE O FILME “O CHEIRO DO RALO”

NOME: WECTOR FREITAS

DICIPLINA: PSICOTERAPIA TEORIAS E TÉCNICAS

CURSO: PSICOLOGIA / 7º PERÍODO

TRABALHO SOBRE O FILME “O CHEIRO DO RALO”

O protagonista, proprietário de uma loja de quinquilharias, transforma o comércio em um sistema sádico para afligir seus clientes, tão desesperados quanto ele próprio. Obcecado pelo cheiro do ralo que vem dos fundos da loja e pela bunda da garçonete do bar onde almoça todos os dias, o narrador (um sósia do “moço que faz o comercial do Bombril”) naufraga aos poucos em seus delírios. Entre a bunda e o ralo, não lhe resta saída que não seja ir para o buraco.
Como notamos pela trama, Lourenço nunca conseguiu realizar adequadamente seu ofício, mesmo tendo sido bem sucedido nos negócios. Aparentemente, as histórias pessoais das quais queria se livrar, embora fazendo de sua vida um depósito delas, o perseguiam obsessivamente, tal como a figura inventada de seu próprio pai, o uso da percepção alheia por um objeto inanimado (o olho que via para outrem), a construção paterna por próteses, a fixação em nádegas separadas da mulher etc.
Quanto mais se esforçava para manter separadas as várias instâncias desintegradas de sua vida, mais ele se dividia, mais perdia o contato com a realidade de todas elas. A questão central do drama, assim, é a de um personagem que tem seu mundo imerso em uma confusão de valores dissociados, os quais não consegue integrar. Sua vida não perfaz uma unidade, mas uma fragmentação conflituosa que joga uma parte de si mesmo contra a outra.
Mais que um caso patológico, Lourenço representa uma forma de vida paradigmática em nossa cultura capitalista atual, que desintegra a personalidade dos indivíduos, unificando-as e reduzindo-as à forma predominante do comercial, do econômico, recobrindo com um manto de racionalidade desejos, sentimentos, percepções, objetivos, muitos impulsos díspares que tomados no conjunto são irracionais.
A trama desenvolve-se na evidência do conflito entre a lógica econômica e