Trabalho de psicomotricidade
938 palavras
4 páginas
Ao pensarmos na infância hoje, nos damos conta da falta de espaço que a criança tem para brincar, seja por questões sociais ou pela própria dinâmica familiar. A violência e o medo impedem que as crianças brinquem na rua, o excesso de atividades como inglês, computação, judô, futebol, a falta de tempo dos pais para estarem com seus filhos, para levá-los a um parque, por exemplo, constituem fortes características da infância. A tecnologia presente na vida da criança desde muito cedo também é um fator de destaque no contexto atual – computador, vídeo game. Todas essas situações restringem muito o brincar da criança que é a fonte de descobertas, de aprendizagem, não só em relação com si mesma, mas em interação com o grupo. A criança é capaz de passar hora sozinha, na frente do computador ou da televisão, mas não consegue brincar de pular corda. Pode se mostrar desajeitada ao tentar subir em uma árvore, porém irá ter uma habilidade fantástica ao manusear o controle do vídeo game. As atividades acabam sendo, em grande parte, solitárias e sem estimulação motora. A criança não corre mais, não percebe os movimentos que pode realizar, não domina seu próprio corpo, sentindo-se insegura em relação com o mundo.
Essa realidade irá repercutir no desenvolvimento emocional, cognitivo e social, restringindo possibilidades nas aquisições motoras que serão a base para muitas aprendizagens escolares.
Por exemplo, a criança que não tem o domínio corporal e que, portanto, não sabe com que lado desempenha as suas atividades com maior facilidade e desenvoltura, exercendo – indiscriminadamente – ora uma atividade com membro direito, ora com membro esquerdo, terá mais dificuldade para reconhecer as noções de esquerda e direita sendo essas noções importantes num processo de aprendizagem mais sistemática. Talvez essa criança não reconheça com facilidade a diferença do das letras p,b, q, d.
Toda criança se sente bem na medida em que seu corpo lhe obedece, que o conhece bem, que se sente