Teoria das formas de governo - Platão

Platão
No segundo capítulo do livro Teoria das formas de Governo, Norberto Bobbio trata sobre a obra A República do filósofo grego Platão. Esse pensador defende que o Estado ideal seria governado por um rei-filósofo, que comandaria os guardiães e os produtores. Para ele, o Estado perfeito é único, e já que nenhum governo durante a história seguiu o modelo proposto por ele, todos os Estados que existiram e existem são maus, embora uns mais que outros. Tinha uma perspectiva pessimista em relação ao futuro administrativo, dizendo que o governo que sucede outro é pior do que o precedente. Toma como ideais os governos de monarquia e aristocracia; os demais os descreve em ordem decrescente de qualidade: timocracia, oligarquia, democracia e tirania. A análise dos governantes desses modelos, segundo Platão, é o primeiro critério a ser tomado para a sua distinção: “(...) para o timocrático, a ambição, o desejo de honrarias; para o oligárquico, a fome de riqueza; para o democrático, o desejo imoderado de liberdade (que se transforma em licença); para o tirânico, a violência.” (BOBBIO, 1980, p. 48)

Além de escalar tais modelos de governo, Platão explica ainda que a transformação de um governo no outro ocorre rapidamente, com cada geração estabelecendo uma nova organização de Estado. Assim, expõe como seria essa degeneração infinita do Estado com o passar do tempo: “A honra do homem timocrático se corrompe quando se transforma em ambição imoderada e ânsia de poder. A riqueza do homem oligárquico, quando se transforma em avidez, avareza, ostentação despudorada de bens, que leva à inveja e à revolta dos pobres. A liberdade do homem democrático, quando este passa a ser licencioso, acreditando que tudo é permitido, que todas as regras podem ser transgredidas impunemente. O poder do tirano, quando se transforma em puro arbítrio, e violência pela própria violência.” (BOBBIO, 1980, p. 50)

Posteriormente, é apresentada