a teoria das formas de governo platão
Fonte: BOBBIO, Norberto. A Teoria das Formas de Governo; tradução Sérgio Bath Brasília:
UnB, 1980.
Em várias das suas obras, Platão fala das diversas modalidades de constituição que se desenvolvem em três diálogos que são:
A
República, de O Político e das Leis.
O diálogo de A República é uma descrição da república ideal, que tem por objetivo a realização da justiça entendida com atribuição a cada um da obrigação que lhe cabe, de acordo com as próprias aptidões. Consiste na composição harmônica e ordenada de três categorias de homens: os governantesfilósofos, os guerreiros e os que se dedicam aos trabalhos produtivos. Platão comenta a impossibilidade da república ideal:
“Compreendo; tu falas do Estado que fundamos e discutimos inexistente a não ser nas nossas palavras; não creio que ele exista em lugar nenhum da terra. Mas talvez haja um exemplo de tal Estado no céu, para quem queira encontrálo, ajustandose a ele no governo de si próprio.” Todos os Estados que existem são corrompidos, mesmo que de forma desigual. Enquanto o Estado perfeito é um só, os Estados imperfeitos são muitos.
A ideia que predomina de Aristóteles a Políbio, é a de que a história é uma sucessão contínua de formas boas e também de formas más, mas para Platão, ao contrário, só sucedem as formas más. A constituição boa não entra nessa sucessão, existe por si mesma e não importa se no início ou no fim da série.
Platão como grandes conservadores, que sempre veem o passado com benevolência e o futuro com espanto, tem uma concepção pessimista da história. Vê a história não como progresso indefinido mas,
ao contrário, como regresso definido; As constituições corrompidas que
Platão examina demoradamente no livro oitavo são, em ordem decrescente, as quatro