teoria culturológica
Factory%20Birmingham%201960sNos anos 50 e 60, surge em Inglaterra um projecto que procura estudar as práticas culturais quotidianas, no contexto do protagonismo dos media. Nascido no Center of Contemporary Cultural Studies (CCCS) em Birmingham, é conhecido actualmente por Cultural Studies ou Estudos Culturais. Em parte, os Cultural Studies surgem, precisamente, como resposta intelectual às mudanças preconizadas por Walter Benjamim, em 1930, e por Adorno e Horkheimer, nos anos 40 do século XX: ao impacto da televisão, dos jornais, das revistas e da publicidade, e ao advento das subculturas e das novas formas de cultura popular, que começaram a ter protagonismo enquanto mediada pelos meios de comunicação de massa e novas tecnologias. É neste período que é abandonada a “Cultura” para se afirmarem várias culturas e práticas culturais.
No entanto, não podemos desprezar as políticas culturais desenvolvidas por Mathew Arnold (1822-1898) e Frank Raymond Leavis (1895-1978) que predominaram nos estudos ingleses até metade do século XX e que estiveram na origem dos Cultural Studies. Mathew Arnold foi dos primeiros teóricos a falarem de “cultura popular”, mesmo que o tenha feito de um modo radicalmente negativo, oposta à “verdadeira” cultura e emergente da desordem social e política que se vivia então na Inglaterra. Cultura era para este teórico “o melhor que se tenha pensado e dito no mundo” por uma minoria intelectual, que assentava nos clérigos. Frank Raymond Levis continua com esta concepção arnoldiana de cultura, opondo-se veementemente à cultura de massa. A cultura popular é sinónimo de mau gosto, superficialidade e declínio. São os cânones da literatura e das artes que devem salvar a humanidade. (Sousa, 2004: 20).
São considerados fundadores dos Cultural Studies Richard Hoggart (“The Uses of Literacy”, 1957), Raymond Williams (“Culture and Society”, 1958) e Edward Thompson (“The Making of the English