Tempo e patrimônio
O autor François Hartog vai discutir no artigo sobre a redefinição da memória e do patrimônio. Mostra como não pensamos no tempo, então ele passou a observar o presente, e estudar a história do tempo presente. A elaboração de uma semântica dos tempos históricos, interrogando as experiências temporais. O regime de historicidade mostra como uma sociedade trata seu passado e a consciência de si de uma comunidade humana. O homem presente a ele mesmo enquanto história.
Berlim seria para François uma cidade para historiadores, onde podia aflorar o impensado do tempo. Memória e patrimônio são sintomas da nossa relação com o tempo, com formas diversas de traduzir, retratar, seguir, contrariar a ordem do tempo. Talvez um novo regime de historicidade, centrado no presente, estaria se formulando.
O patrimônio se impôs como categoria dominante e evidente da vida cultural e das políticas públicas. Na frança as jornadas do patrimônio atraíram cada vez mais visitantes, as jornadas de patrimônio têm cada vez mais se disseminado pelo mundo, e fala-se de universalização do patrimônio. Há a mudança da história-memória para a história-patrimônio, o patrimônio é a memória de nossa historia e o símbolo da nossa identidade nacional. O patrimônio se encontra ligado ao território e a memória, que operam como vetores da identidade.
No Japão existem diferenças com relação ao conceito europeu de patrimônio, existe a preservação dos antigos santuários e templos onde é introduzida a noção de tesouro nacional. É feita a reconstrução periódica de certos edifícios religiosos, conservar ou restaurar não existe, eles se preocupam mais na atualização.
A vaga patrimonial com a memória, fez com que tudo fosse avaliado como patrimônio ou suscetível a torna-se, a patrimonialização ou a musealização se aproximando sempre mais do presente. Um museu propriamente de sociedade, um museu social, mas para isso deveriam ter a tomada de consciência de que a proteção do patrimônio