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6574 palavras
27 páginas
O Poço e o Pêndulo, de Edgar Alan PoeEm O poço e o pêndulo, de Edgar Alan Poe, um indivíduo se vê aprisionado por forças da Inquisição e, sozinho, é submetido à horripilante tortura psicológica.
Leia o conto na íntegra
Impia tortorúm longos hic turba furores Sanguinis innocui, non satiata, aluit.
Sospite nunc patria, fracto nunc funeris antro, Mors ubi dira fuit vita salusque patent.
Aqui, a multidão ímpia dos carrascos, insaciada, alimentou sua sede violenta de sangue inocente.
Agora, salva a pátria, destruído o antro do crime, reinam a vida e a salvação onde reinava a cruel morte.
(Quadra composta para as portas de um mercado a ser erigido no terreno do Clube dos Jacobinos, em Paris.)
Estava exausto, mortalmente exausto com aquela longa agonia e, quando por fim me desamarraram e pude sentar-me, senti que perdia os sentidos. A sentença - a terrível sentença de morte - foi a última frase que chegou, claramente, aos meus ouvidos. Depois, o som das vozes dos inquisidores pareceu apagar-se naquele zumbido indefinido de sonho. O ruído despertava em minha alma a idéia de rotação, talvez devido à sua associação, em minha mente, com o ruído característico de uma roda de moinho. Mas isso durou pouco, pois, logo depois, nada mais ouvi. Não obstante, durante alguns momentos, pude ver, mas com que terrível exagero! Via os lábios dos juízes vestidos de preto. Pareciam-me brancos, mais brancos do que a folha de papel em que traço estas palavras, e grotescamente finos - finos pela intensidade de sua expressão de firmeza, pela sua inflexível resolução, pelo severo desprezo ao sofrimento humano. Via que os decretos daquilo que para mim representava o destino saíam ainda daqueles lábios. Vi-os contorcerem-se numa frase mortal; vi-os pronunciarem as sílabas de meu nome - e estremeci, pois nenhum som lhes acompanhava os movimentos. Vi, também, durante alguns momentos de delírio e terror, a suave e quase imperceptível. ondulação das negras tapeçarias que