TC Letras
1.1 Educação brasileira: conceitos básicos
O quadro de submissão e antagonismo notados no sistema da educação brasileira, mais especificamente na relação entre educação e sociedade é de fato uma situação insuperável, pois resultam da aplicação de teorias pedagógicas educacionais diferentes entre si, mas que em geral pregam tanto o estilo liberal quanto o conservador. “[...] o modelo liberal conservador da sociedade produziu três pedagogias diferentes” (LUCKESI, 1984, P. 30).
A pedagogia tradicional disseminado em meados do século XIX tinha características voltadas para o modelo político europeu, traduzindo no ato de educar a consolidação da burguesia, visando a liberdade nas relações sociais. “[...] Um antídoto à ignorância, logo, um instrumento para equacionar o problema da marginalidade” (SAVIANI, 2006, p.6).
O contraponto desse modelo de educação foi o surgimento da Pedagogia Nova que claramente buscava desde o inicio exaltar as diferenças, obtendo conhecimento a respeito da singularidade de cada individuo. Essa pedagogia exigia um ambiente estimulante com materiais didáticos que possibilitasse a pesquisa, deixando a iniciativa de aprender à cargo do próprio aluno.
O modelo educacional adotado pela Pedagogia Nova agregou mais complexibilidade à problemática que envolve educação de qualidade, argumentado inclusive por Saviani (2006). A princípio houve certa distorção de propósitos, pois ao transferir para o aluno a manifestação ou não do desejo de estudar, o professor de certa forma se ausentou, perdendo autoridade no âmbito escolar.
Com intuito de formar pessoas eficientes e capazes de contribuir com a produção mercadológica, surgiu no século XX a chamada Pedagogia Tecnicista que passou a negar o aspecto educativo da escola e passou a ser vista como fabrica submetida ao tradicionalismo centrado na transmissão e apreensão de conteúdos e no principio do rendimento. Esse modelo pedagógico impossibilitava a escola, pois segundo Luckesi (1984), não