Talmud
Como futura educadora, não posso deixar de admirar o trabalho árduo destes sábios fariseus, que com o nobre intuito de democratizar o saber, especialmente para classes mais baixas, como, artesãos e camponeses, reuniram palavras da linguagem oral comum a todos e criaram uma nova gramática, gramática da língua Mishnáica. Eles não tinham o intuito de desmerecer a linguagem bíblica, e nem poderiam, ambas tinham o seu incontestável valor. É relevante acrescentar também, que esses mesmos sábios tiveram o zelo em utilizar essa linguagem para refletir, explicar e debater exaustivamente as leis da Torah, cujos preceitos poderiam então ser entendidos na integra por todos, sem exceção e dela, pudessem tirar “o alimento de sua alma”, nutrindo-a de conhecimento, força e determinação, tornando-o capazes de entender os desígnios de Deus como indivíduos e como povo, mantendo-se unidos, aprendendo e superando limites sem medo dos desafios do seu tempo. Ao mesmo tempo em que se condenava o uso de outra linguagem que não fosse a bíblica para narrar e explicar as leis, percebia-se já as transformações ocorridas na língua oral, a ponto de se tornar duas línguas completamente distintas. Além disso, a linguagem bíblica era muito limitada às situações narradas na obra. Havia muitos pontos obscuros, não só pela dificuldade da compreensão do texto, como também pela aplicação dos procedimentos adaptados aos problemas do cotidiano. O conhecimento profundo das leis era de propriedade somente dos sacerdotes e dos escribas. No caso dos sacerdotes seu título e conhecimento advinham de sua descendência, os escribas, por sua vez, alcançaram esse mesmo gráu de conhecimento motivados pela sede de saber e