Talião na modernidade
A pena de morte é, hoje em dia, um assunto que gera muitas polêmicas, porque não se chegou a um acordo sobre sua real eficácia na diminuição ou prevenção de futuros crimes. Segundo dados oficiais, cinquenta e oito países ainda sentenciam seus criminosos à pena máxima, dentre eles China, Estados Unidos, Irã, Japão e muitos países africanos e árabes
No Brasil, essa prática existia na época do Império, mas foi abolida para civis, na prática, antes mesmo da proclamação da República. A pena de morte é condenada por inúmeros ângulos. Muitos acreditam que essa prática é desnecessária e primitiva e deveria ser abolida completamente no mundo inteiro. A condenação de um indivíduo à morte, mesmo que ele tenha cometido crimes hediondos, fere princípios morais e constitucionais e já se mostrou ineficaz na prevenção de crimes de mesma natureza hedionda e na diminuição de índices de criminalidade, vide o exemplo dos EUA, que sentencia à morte e tem um índice de criminalidade altíssimo, enquanto a Inglaterra, que não utiliza essa condenação, tem índices baixos.
Segundo o renomado jurista Dalmo Dallari, a aplicação da pena de morte é inútil, imoral, inconstitucional, contraditória e perigosa. Condenar uma pessoa à morte fere o direito fundamental à vida, que é intocável. Mesmo que um indivíduo tenha tirado a vida de outro, isso não dá ao Estado o direito de tirar a vida do autor do crime. Não se condena um crime praticando outro. Não vivemos mais sobre as Leis de Talião, a pena de morte é algo primitivo que não está de acordo com o mundo moderno que habitamos. Não obstante, não podemos entregar a vida de um cidadão nas mãos de um Poder Judiciário tão falho quando o brasileiro, pois a morte não é algo reversível ou que pode ser