Síntese Política Educacional
ENEIDA OTO SHIROMA.
· Os arautos da reforma e a consolidação do consenso: anos 1990. Os governantes dos anos de 1990, buscando acabar com a crise econômica dos anos de 1980, buscaram uma contrarrevolução nas esferas social, política e ideológica, na qual eles tinham como base o método Thatcher, primeiro exemplo de vaga neoliberal. Thatcher representava um completo assaltado de valores, no que se refere à política de bem-estar educacional, de saúde, de liberdade de organização dos trabalhadores onde efetivou a desregulamentação, a privatização e a flexibilidade, que são características neoliberais. No Brasil o governo de Fernando Collor de Mello, em 1990, iniciou a instauração do modelo inaugurado por Thatcher, que fez irromper mudanças que redefiniram a inserção do país na economia mundial. Collor implantou um processo de ajuste na economia brasileira, abrindo então o mercado doméstico aos produtos internacionais. O baque logo se fez sentir dolorosamente e constatou-se que os produtos nacionais não poderiam competir com os importados. Com isso, forçou-se a busca por vantagens competitivas, que se deu no âmbito da educação também. Desse modelo de competitividade disseminou-se a ideia de que para sobreviver à concorrência do mercado, para conseguir ou manter um emprego, para ser cidadão era preciso dominar os códigos da modernidade. Essa competitividade se deu também na educação nos anos de 1990, transformando a educação em economia. A sua implantação deu início no governo de Itamar Franco com a elaboração do plano Decenal, mas foi no governo de FHC que a reforma anunciada ganhou concretude.
· A Conferência Mundial de Educação para Todos. Em 1990 foi realizado em Jomtien (Colômbia) a Conferência Mundial da Educação, local onde se reuniram 9 países com a intenção de criar um projeto para educação básica. Nesse projeto estavam Bangladesh, Brasil, China, Egito, Índia, Indonésia, México, Nigéria e Paquistão e