Sétima carta paulo freire
Na sétima Carta, Paulo Freire aponta para a diferença entre falar ao educando e falar com o educando.
É fundamental o papel do educador na vida do educando, pois o professor, nos primeiros anos do ensino fundamental e, até mesmo no ensino médio, é um espelho para os alunos. Por isso, ele acaba mostrando qual é a sua posição político–social através da sua prática pedagógica.
O educador, em sua prática, deve visar promover a autonomia dos educandos. Deve estar atento à relação que estabelece com seu aluno. Ao falar ao aluno, o professor fala e explica assuntos que nem sempre partem da realidade do estudante ou que são interessantes para o discente. Temas que não fazem uma ponte com o conhecimento prévio do aluno ou com a realidade em que o estudante está inserido. Dessa forma, o aluno se sente desestimulado, o professor não o afeta. A fala cai no vazio da sala de aula.
Já quando o professor fala com o aluno, ele dialoga e o traz para dentro da conversa, fazendo com o discente se sinta parte do processo educacional. Há uma interação e ambos estabelecem uma relação onde os conhecimentos prévios são valorizados. O educando busca referências em situações do cotidiano para traçar uma relação de cumplicidade e de diálogo.
Como educadores somos responsáveis em participar da busca pelo aperfeiçoamento da democracia, somos sujeitos políticos. Ao fazer parte da educação temos a responsabilidade de, cotidianamente, lutar por uma escola na qual o falar com os alunos seja constante. Isso exige humildade, reflexão, curiosidade e respeito pelo outro, além de diálogo e interação. Promovendo solução para mal entendidos, respeito pela diversidade na sala de aula e pela sociedade.
O ato de ouvir e dialogar com seus educandos permite ao professor fugir do autoritarismo presente de nossa cultura, desde hierarquias mais altas como ministros até os porteiros de prédios. Estamos desde cedo acostumamos a falar de cima para