Substituição de Importações ao Capitalismo Financeiro
Este era o caso dos países latino-americanos. Suas economias teriam passado por uma fase primário-exportadora, caracterizada pelo chamado "crescimento para fora", seguida por uma "substituição de importações". Durante aquela primeira etapa, a dinâmica interna das economias teria estado subordinada ao desempenho das exportações de produtos primários. Os óbices às exportações oriundos de fatos como guerras ou depressões levaram esses países a buscar o mercado interno, procurando produzir domesticamente bens outrora importados.
Conceição Tavares retomou essa interpretação, procurando entender melhor a dinâmica de tais economias. No período do crescimento para fora, essas economias apresentavam um aspecto dual: de um lado, um setor exportador, de alta rentabilidade; de outro, um setor voltado ao mercado interno, de baixa produtividade, satisfazendo apenas em parte as necessidades básicas, que dependiam também de elevadas importações. Alta concentração da propriedade era acompanhada de extrema desigualdade na distribuição de renda, permitindo às elites um padrão de consumo semelhante ao dos grandes centros desenvolvidos. Uma característica importante desse modelo é que o principal componente autônomo de demanda era a exportação. Por conseguinte, o dinamismo da economia era totalmente subordinado ao exterior.
Esse modelo foi quebrado pelas sucessivas crises no comércio externo que começaram na Primeira Guerra,