“O processo de substituição de importações como modelo de desenvolvimento na América Latina” O texto “O processo de substituição de importações como modelo de desenvolvimento na América Latina” é o primeiro capítulo do livro “Da substituição de importações ao capitalismo financeiro” de Maria da Conceição Tavares. O texto tem como objetivo a descrição do processo de substituição de importações na periferia, a partir de um esquema teórico, e posteriormente do estudo de caso do Brasil, através do argumento histórico e econômico. Tavares inicia o texto descrevendo o processo de transição de um modelo de desenvolvimento pautado na exportação de produtos primários para um modelo de industrialização via substituição de importações, na América Latina. Como não havia setor industrial expressivo, havia “disparidade entre a estrutura de produção e a composição da demanda interna, cujo ajuste se dava por intermédio do comércio exterior”. Entre 1914 e 1945, as economias latino-americanas passaram por diversas crises com o comércio internacional, devido às guerras ou à Grande Depressão. Com isso, há uma redução da capacidade de importar, ou estrangulamento externo, principalmente devido ao aumento do preço relativo da importação. Somando-se a isso a atitudes protecionistas dos governos há uma mudança nas funções do setor externo, que passa a coexistir com outro modelo. A autora identifica duas formas de estrangulamento externo: relativo e absoluto. No primeiro, a capacidade de importar cresce em ritmo inferior ao do crescimento da produção. No último, a capacidade de importar fica estagnada, ou apresenta tendência declinante. Dessa forma, Tavares resume a transição dos modelos de desenvolvimentona seguinte periodização. Entre 1929 e 1945, houve estrangulamento absoluto, e a substituição dos bens de consumo não-duráveis foi estimulada. Entre 1945 e 1955, há aumento do dinamismo do processo de substituição de importações, com aumento do poder de compra, o que leva a