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JOSÉ MARIA ALVES www.homeoesp.org www.josemariaalves.blogspot.com
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Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no ano de 1919 e faleceu em 2004. A poesia de Sophia está profundamente marcada pela sua infância e juventude, por valores como a justiça e, pelo contacto com a Natureza, muito especialmente com o Mar. Publicou mais de duas dezenas de livros de poesia, devendo ser considerada como uma das maiores e mais eloquentes vozes da poesia portuguesa contemporânea. Há nela uma sensibilidade, que só pode ser apreciada de modo global, ou seja, pela leitura da sua obra poética. Que estes poemas dispersos vos motivem a tal empresa.
JOSÉ MARIA ALVES FEVEREIRO DE 2010
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ATLÂNTICO Mar Metade da minha alma é feita de maresia.
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IA E VINHA Ia e vinha E a cada coisa perguntava Que nome tinha.
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A PAZ SEM VENCEDOR E SEM VENCIDOS Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos A paz sem vencedor e sem vencidos Que o tempo que nos deste seja um novo Recomeço de esperança e de justiça. Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos A paz sem vencedor e sem vencidos Erguei o nosso ser à transparência Para podermos ler melhor a vida Para entendermos vosso mandamento Para que venha a nós o vosso reino Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos A paz sem vencedor e sem vencidos Fazei Senhor que a paz seja de todos Dai-nos a paz que nasce da verdade Dai-nos a paz que nasce da justiça Dai-nos a paz chamada liberdade Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos A paz sem vencedor e sem vencidos
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CAMÕES E A TENÇA Irás ao Paço. Irás pedir que a tença Seja paga na data combinada Este país te mata lentamente País que tu chamaste e não responde País que tu nomeias e não nasce Em tua perdição se conjuraram Calúnias desamor inveja ardente E sempre os inimigos sobejaram A quem ousou seu ser inteiramente E aqueles que invocaste não te viram Porque estavam curvados e dobrados Pela paciência cuja mão de cinza Tinha apagado os olhos no seu rosto Irás ao