Sofista
O sexto conceito do Sofista o apresta como refutador, ou seja, não possibilita o discurso sobre a Essência, sobre a Verdade, pois se define pela erística (a arte da controvérsia) e não pela dialética (a arte do diálogo na busca por uma verdade). Assim, o sofista se vê indagando como triunfaria sobre o filósofo na discussão dialética sem se comprometer com a Verdade. Essa indagação se justifica porque os sofistas somente transmitiam certa “sabedoria aparente, pessoal”. Somente dão a impressão de serem oniscientes, mas não o são, pois não é possível “que um homem saiba tudo”.
Outro aspecto do livro em que Platão critica o sofismo, é com relação às artes da mimética ou seja as artes ilusionistas. De acordo com Platão os sofistas fabricam imitações da realidade, criando uma linha de raciocínio propícia para defenderem o que quiserem para os seus interlocutores. Este tipo de discurso é chamado por Platão de “discurso do simulacro” mas o discurso não sobrevive ao tempo, porque com a história, revela sua falsidade. Um exemplo é que o bom poeta não seria aquele capaz de dominar o assunto do qual fala sem conhecê-lo profundamente. Se falasse sobre a guerra, deveria ser conhecedor igualmente a um general; se sobre a cadeira ou o sapato, deveria ser do mesmo modo marceneiro ou sapateiro.
O Platão propõe uma divisão da mimese em duas categorias contrárias entre si: a “boa” e a “ruim”. A boa mimese seria precisamente aquela que está a favor do verdadeiro, que se submete ao saber científico-filosófico, que se torna serva da razão,