Sofistas
11 ׀º ANO
“Vindo das colónias gregas, um grupo de professores itinerantes e de filósofos afluiu então a Atenas. Chamavam-se sofistas. A palavra «sofista» designa uma pessoa sábia ou erudita. Em
Atenas, os sofistas ganhavam o seu sustento ensinando os cidadãos.
Os sofistas tinham uma notável semelhança com os filósofos da natureza, pois também eles eram críticos relativamente aos mitos tradicionais. Mas, simultaneamente, os sofistas recusavam tudo o que lhes parecia ser especulação filosófica desnecessária. Achavam que mesmo que houvesse resposta para muitas questões filosóficas, os homens nunca poderiam encontrar explicações verdadeiramente seguras para os enigmas da natureza e do universo [...].
Os sofistas interessavam-se pelo Homem e pelo seu lugar na sociedade [...].
[...] Os sofistas faziam com frequência longas viagens, tomando assim conhecimento dos vários sistemas de governo. Os usos e os costumes, e as leis das cidades-estado, variavam muito. Partindo destas experiências, os sofistas iniciaram em Atenas uma discussão sobre o que era estabelecido pela natureza e o que era imposto pela sociedade. Desta forma, criaram na cidade-estado de Atenas as bases para uma crítica social.”
Gaarder, Jostein (1997). O Mundo de Sofia. Lisboa: Editorial Presença. p.62
“[...] Retórico, o sofista é também mestre de retórica. Depois de ter dado exemplos da arte de falar e de escrever com ordem, elegância e correcção sobre todos os assuntos possíveis, ele ensina esta arte. Mas o exercício de uma tal arte supõe uma diversidade prodigiosa de conhecimentos, pelo que se esforça por reduzi-los a temas gerais, ou [...] a lugares comuns: temas morais [...], temas políticos, temas judiciários [...]. Para o conseguir, o sofista deverá, ele próprio, ter um saber enciclopédico [...].
Quais são [...] o espírito e o método do seu ensino? Sendo o seu objectivo armar o aluno para todos os conflitos do pensamento ou da acção que possam surgir na vida