Sociedade da decepção
De acordo com o autor, através da globalização, a vida pública e a vida privada na hipermodernidade adquiriram uma forma mais livre, estabelecida pelo individualismo, o que veio a consolidar o prazer instantâneo, a liberdade sexual, a ruptura com obrigações morais e o consumismo. Diante de tanta liberdade para desejar, o autor mostra que o desejo e a decepção caminham de mãos dadas.
Somos estimulados ao hiperconsumismo desenfreado e nossas relações estão cada vez mais pautadas no individualismo, o que nos exige uma obrigação hedonista de que nossos desejos precisam ser satisfeitos para alcançarmos a tão almejada felicidade. Em contrapartida quanto mais nos tornamos seres desejantes, mais nos sentimos frustrados, visto que nossa satisfação nunca é completa. Desta forma, a sociedade contemporânea se caracteriza por repetidas experiências frustrantes, as quais não estamos preparados para enfrentar, e que acabam causando sentimentos de angustia e decepção.
A satisfação pessoal, o culto a saúde e a busca da felicidade são cada vez mais instigadas pelos meios de comunicação, tornando o supérfluo cada vez mais necessário. Este movimento em prol do consumo é na verdade uma tentativa de suprir nossas próprias faltas e carências, visto que nossas relações são cada vez mais vazias e líquidas
Para Lipovetsky a hipermodernidade é considerada paradoxal: uma sociedade em que a ordem e a desordem imperam paralelamente frente à funcionalidade e o caos. Desta forma, o indivíduo