A Sociedade Hipermoderna
Nunca fomos tão livres social e politicamente e tão submissos ao consumismo, vivemos cada vez mais para o prazer e tendemos como nunca para a decepção.
Segundo o autor francês Gilles Lipovetsky, nosso estágio atual é o de hipermodernismo, e não o de pós-modernismo. Para o autor, a sociedade atual não ultrapassou o modernismo, ela apenas atingiu seu estágio extremo, ele relata que a sociedade extremada é assaz peculiar. De acordo com seu livro, ''A Sociedade da Decepção'', nunca se teve tanta liberdade de escolha, e com isso, as pessoas podem desejar mais, sonhar mais, porém, elas estão se decepcionando como nunca antes na história, é a sociedade que vive para o prazer, e tende para a decepção, um paradoxo. Lipovetsky traz exemplos claríssimos de sua tese, ele relaciona a liberdade de escolha à moda, e mostra que mesmo com a liberdade do diferente, a sociedade acaba agindo e se vestindo em igualdade. Seu livro traz à tona a questão tecnológica, ele diz que a tecnologia isola as pessoas, porém, ela propicia que os mesmos possam compartilhar sua vida pessoal com muitas pessoas, relatos que antes só eram compartilhados com familiares e amigos. O livro de Gilles não é sombrio como o de muitos outros intelectuais, é vivo, cheio de esperança, o autor entende que as circunstâncias farão que a sociedade do futuro abandone o consumismo exacerbado, que assola nossa época, e substitua enfim o modernismo pelo pós-modernismo.
Gilles Lipovetsky é um pensador alegre.
Um pensador da vida como ela é e como ela se dá a ver.
Algo muito raro entre os sempre tão sombrios intelectuais. Como pensar quase sempre significa pôr algo em crise, abalar certezas, os intelectuais acabaram por se tornar tristes. São homens e mulheres, muitas vezes, vergados pelo peso de um saber pessimista e rabugento. O conhecimento torna-se para eles um fardo. Quase não há espaço para a leveza no pensamento de muitos analistas do