Social
Entende-se aqui cada indivíduo aprende a ser um homem nas relações com os outros homens, quando se apropria da realidade social criada pelas gerações anteriores, apropriação essa que se dá pelo manuseio dos instrumentos e aprendizado da cultura humana.
O homem como ser social, como um ser de relações sociais, está em permanente movimento.
Estamos sempre nos transformando, apesar de aparentemente nos mantermos iguais.
Isso porque nosso mundo interno se alimenta dos conteúdos que vêm do mundo externo e, como nossa relação com esse mundo externo não cessa, estamos sempre como que fazendo a "digestão" desses alimentos e, portanto, sempre em movimento, em processo de transformação, e construindo e interagindo com uma realidade social.
Há também um conjunto de produções humanas capazes de, ao mesmo tempo em que vai construindo a realidade social, construir também o indivíduo.
A realidade social se inscreve na relação que se estabelece entre o sujeito e o Outro, onde, no lugar do Outro, situa-se a palavra, a linguagem, o discurso universal, a própria realidade social, cultural, institucional.
Por isso há um momento em que o inconsciente aparece como transindividual, ou seja, como discurso do Outro.
Essa concepção levou Lacan a afirmar que a linguagem é condição do inconsciente e que a psicanálise, “como prática, é da ordem do social, é um laço social”
A leitura dos fenômenos sociais propiciadas pela psicanálise, bem como a experiência analítica com os sujeitos na atualidade, ensinam muito sobre o mal-estar nos vínculos possíveis aos tipos clínicos neurose, psicose e perversão, em meio à realidade social marcada pelo capitalismo.
As ciências sociais e o fenômeno social total:
Convém lembrar que há uma concepção errônea, mas persistente, segundo a qual as ciências sociais estudariam realidades distintas, ou sectores distintos, compartimentados, da realidade — as diferenças analíticas proviriam de diferenças