Social
Os movimentos sociais constituem uma temática que ganhou imensa relevância nas investigações acadêmicas, tanto no Brasil como em toda a América Latina, sem perder, contudo, sua polêmica do ponto de vista das diversas interpretações acerca dos mesmos. Sobre eles se debruçam fundamentações teóricas das mais complexas, dentre as quais, o aspecto de lutas de classe desempenhado pelos movimentos, além de sua relação com os partidos políticos que articulam e/ou desarticulam suas posições de embate e/ou harmonia com o Estado.
É importante reconhecer que os movimentos sociais impuseram uma nova agenda política no cenário local e nacional exigindo dos analistas sociais a definição de novas categorias e conceitos científicas para abordá-los.
Para a socióloga Ruth Vasconcelos "algumas categorias conceituais estavam necessariamente presentes nas abordagens sobre os movimentos sociais, tais como: autonomia, independência, democracia de base, autenticidade, espontaneidade, comunitarismo e cidadania. Ainda que suas reivindicações estivessem circunscritas em lutas imediatistas e de curto prazo, não necessariamente provocando mudanças estruturais na sociedade, acreditava-se que estes movimentos apresentavam uma nova forma de fazer política, desvinculadas das práticas clientelistas e paternalistas do 'passado'. Neste sentido, eram portadores de uma nova cultura política que rompiam [sic] com o tradicionalismo, paternalismo, atrelamento e a inautenticidade comumente presentes nas práticas populares."
Os valores em torno dos movimentos sociais se evidenciavam na forma de combate aos princípios conservadores e mantenedores de uma condição social que, historicamente, marginalizou diversos segmentos da sociedade brasileira, principalmente os povos africanos e indígenas. Esses valores, ao mesmo tempo em que se firmaram no combate ao que se convencionou chamar de "princípios burgueses", consolidaram-se também em tentativas de