Sobre ser são em lugares insanos
Márcia Ribeiro Baeta Neves
Introdução
David Rosenhan , professor emérito de psicologia e de direito da Universidade de Stanford, iniciou uma pesquisa dentro de uma instituição psiquiátrica com os seguintes questionamentos: sanidade e insanidade existem, como podemos reconhece-las; o diagnóstico: as características residem nos próprios pacientes ou nos ambientes e contextos em que os observadores as encontram.
Desenvolvimento
David Rosenhan não pretendia negar a existência da doença mental nem do sofrimento psíquico, mas questionar que não há verdade absoluta nos diagnósticos. Apontou também um erro bastante comum que acontece na medicina. Erro tipo1: Identificar como saudável um paciente efetivamente doente. Erro tipo 2: diagnosticar um paciente saudável como doente. A justificativa para esse comportamento é parece ser que é mais arriscado deixar um doente sem tratamento do que tratar uma pessoa saudável. Mas isso, segundo Rosenhan, é pernicioso na psiquiatria, dado o estigma social que suas patologias carregam.( ) Quando se descobre um falso diagnóstico de câncer por exemplo, comemora-se, mas raramente descobre-se um falso diagnóstico psiquiátrico e a marca fica para sempre, isso implica em rótulos e preconceitos . Ao contrário das outras doenças, as que atingem a mente, parece não ter a cura perante os olhos da sociedade. Uma pessoa que quebra um braço, se recupera em poucas semanas, mas e o esquizofrênico? O braço cura enquanto o esquizofrênico não, o máximo que acontece é ficar mais calmo, estável, temporariamente.
Logo após essa pesquisa Rosenhan se empenhou em uma nova pesquisa, e esta confirmou a primeira, isto é, não há verdade absoluta nos diagnósticos.
Um dos grandes críticos da pesquisa de Rosenhan foi Robert Spitzer, ele acreditava que o fato de terem sido liberados com o diagnóstico de esquizofrenia em remissão é prova de que os funcionários do hospital conseguiria distinguir sanidade de