Estudante
Loucura
Na Renascença, os loucos eram colocados em barcos e navios e carregados para cidades longe das suas em busca da razão. Havia partidas de navios especialmente para levar os loucos. Quando estes chegavam nas cidades, eram enxotados pelos moradores. No entanto, havia locais destinados a colocar os loucos, existindo, assim, a possibilidade de que os que fossem enxotados fossem aqueles provenientes de outras cidades, enquanto que os que ficavam eram oriundos delas.
O fato de o louco ser levado para outros lugares através da água mostrava o efeito purificador que esta tem. “A navegação entrega o homem à incerteza da sorte.” (Foucault, 1972, p. 12) O mar é traiçoeiro, inesperado, incerto, ‘prega peças’.
Segundo Foucault (1972, p. 12), o louco era “prisioneiro da mais aberta das estradas”, comparando, assim, a pequenez duma prisão à imensidão do mar. O lugar para onde o insano estava indo não era a sua terra, muito menos era aquela que ficou para trás. A terra do louco se limita à distância entre ambas as terras, a que foi sua e a que nunca será. Dessa forma, a água simboliza esta aterritorialidade com a qual a loucura será presenteada pelo Ocidente. Literalmente, o louco não tinha chão. Ou tinha água em volta de si, ou tinha grades (Fouca Na segunda metade do século XV, com as guerras e as pestes assolando as cidades sem controle, o tema da morte reina e ninguém escapa. Entretanto, nos últimos anos do século, a loucura substitui a morte, e é esta ascensão que indicará que o mundo está mais próximo do que se pensa do seu desastre.
Inúmeras imagens, telas, quadros, com faces enigmáticas de difíceis compreensões, surgem. A imagem dá margem a diferentes