Historia da Retorica
Bruno
Introdução:
Retórica é a arte de usar uma linguagem para comunicar de forma eficaz e persuasiva. A retórica teria nascido no século V a.C., na Sicília, e foi introduzida em Atenas pelo sofista Górgias, desenvolvendo-se nos círculos políticos e judiciais da Grécia antiga. Originalmente visava persuadir uma audiência dos mais diversos assuntos, mas acabou por tornar-se sinónimo da arte de bem falar, o que opôs os sofistas ao filósofo Sócrates e seus discípulos. Aristóteles, na obra "Retórica", lançou as bases para sistematizar o seu estudo, identificando-a como um dos elementos chave da filosofia, junto com a lógica e a dialética.
A retórica é uma modalidade discursiva geral, aplicável às mais variadas disciplinas uma atividade em que predomina a forma, como a gramática e a dialética, e não o conteúdo. Na conceção de Aristóteles, a retórica serve de argumentações explícitas e, por isso, representa uma verdadeira forma de racionalidade.
A retórica no mundo grego:
Estudos contemporâneos revelam que o marco judiciário da retórica está num tratado de Retórica, escrito por Tísias e Córax, dois oradores que se notabilizaram na defesa das vítimas dos arbítrios cometidos pelo tirano de Siracusa, na magna Grécia, hoje Itália (465 a.C.). Nesta publicação compilou-se vários preceitos práticos a serem utilizados por pessoas envolvidas em conflitos judiciários, numa época em que não existiam advogados. Desde suas origens está, portanto, a Retórica indissociavelmente ligada ao Direito, no aspeto que Aristóteles mais tarde chamará de gênero judicial do discurso retórico. Essa origem judiciária da retórica revela algumas características que acompanharão a produção do discurso pelos séculos posteriores, alcançando os dias atuais, quais sejam: o uso da argumentação nas disputas judiciais; o compromisso com a finalidade de persuadir os órgãos julgadores; o desenvolvimento de técnicas distintivas