Sindrome pânico
Palavras-chave Angústia; Síndrome do pânico.
Síndrome do pânico: angústia avassaladora? Quadro nosológico?1
Clovis Figueiredo Sette Bicalho2
Resumo Questionar a cultura da ilusão para tamponar a falta é o que se propõe neste texto. Parte-se da origem da palavra e da definição de angústia para um percurso na obra freudiana (de forma cronológica). Esse percurso é cotejado por outros autores no que tange à estruturação do psiquismo e às possíveis saídas para a angústia.
Tornar o homem um ser não faltante é uma busca atual, eterna. Soluções indolores ou quase, eficazes e rápidas são ofertadas com insistência. Obturar toda a falta sem levar em conta sua origem parece ser a solução proposta. Sabemos que a época e o contexto cultural, social e político influenciam a subjetividade do homem e sua inserção no mundo. Os sintomas, podemos dizer, são a forma pela qual o sujeito se expressa diante da cultura e, assim, eles espelham tanto o seu modo de ser quanto seu modo de viver. Faz-se necessária uma contextualização desse homem no espaço e tempo em que se encontra inserido, para que possamos entender o porquê ou o que está acontecendo com as pessoas que nos procuram em nossos consultórios. Haveria na contemporaneidade lugar para as angústias existenciais tão típicas da época freudiana e mesmo até certa altura do século passado? Houve um deslocamento nas questões relativas à subjetividade? O que vem acontecendo com a nossa sociedade para que surjam esses novos sintomas? Qual a implicação da globalização, do mundo sem fronteira da internet, do consumo
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excessivo de produtos, onde o ter e o aparecer são mais importantes que o ser e seus questionamentos? Podemos conceituar angústia como o estado afetivo advindo do surgimento de uma grande inquietude intrapsíquica que se irrompe perante ameaça real ou imaginária e se mostra através de manifestações corpóreas (sudorese, taquicardia, dificuldades respiratórias