Sexualidade na adolescência
A puberdade, período que melhor encena a adolescência, traz consigo inúmeras transformações tanto físicas quanto psíquicas, para ambos os sexos. No terceiro volume de Três Ensaios Sobre A Sexualidade, Sigmund Freud ressalta que na infância, fase melhor encenada pela criança, as zonas erógenas estão espalhadas pelo corpo e o prazer é vivenciado de forma autoerótica, este prazer não é completo, é um pré-prazer. Na puberdade a primazia das zonas erógenas se concentra nos genitais e só então o sistema reprodutor está pronto e com isso o prazer supremo pode ser alcançado.
O período de transição entre essas duas fases, infância e adolescência, chama-se latência. Este é caracterizado pela aparente ausência de pulsões eróticas, pois estas pulsões estão sendo sublimadas, isto é, canalizadas para atividades socioeducativas na vida da criança e do pré-adolescente. Freud pontua que as sexualidades do menino e da menina deixam de possuir características comuns, anteriormente identificadas, e passam a se divergir, de forma que chega a considerar que o estudo sobre as mulheres não progride, pelo contrário, essa dificuldade de compreensão pode ocorrer pelo fato da sexualidade feminina da época ser altamente recalcada impossibilitando uma teoria clara.“[...] o do homem é o mais consequente e também o mais facilmente acessível a nossa compreensão, enquanto o da mulher representa até mesmo uma espécie de involução.” (FREUD,1901)
Se na infância, o sujeito precisava passar pela castração para sair do complexo de édipo, na adolescência o sujeito precisa abster da autoridade dos pais e encontrar o novo objeto pulsional, que desta vez se situa no outro em uma forma de altruísmo e não de egoísmo e autoerotismo. A adolescência só é vivida se houver um desligamento dos pais, provando assim, que é um sujeito de vontades e ações próprias. Esse afastamento ocorre, biologicamente falando, através da maturação corporal, que deixa o corpo de criança, ainda da fase