sequência textual descritiva
ReVEL. V. 4, n. 6, março de 2006. ISSN 1678-8931 [www.revel.inf.br].
SEQÜÊNCIA DESCRITIVA E ARGUMENTAÇÃO
Cleide Lucia da Cunha1
mcrizerio@ig.com.br
INTRODUÇÃO
Os estudos sobre a linguagem têm ocupado papel importante na sociedade atual, o que se deve à sua importância e ao fato de que é fundamental a compreensão de seu funcionamento e a especificidade de que é constituída.
No presente trabalho, busca-se observar a teoria proposta por J- M- Adam acerca das seqüências tipológicas constituintes de um texto, em especial a descritiva, de modo a analisarmos o seu encadeamento com a argumentação presente nessa modalidade específica de seqüência.
O modelo teórico que fundamenta especificamente a análise da articulação argumentativa das seqüências é a Teoria da Argumentação na Língua, proposta por
Oswald Ducrot.
A perspectiva teórica de Adam é observada também por Bronckart (1999), o qual chama atenção para o fato da infra-estrutura textual caracterizar-se, além de outros fatores, pela organização seqüencial ou linear do conteúdo temático, já que o produtor do texto dispõe, estocados na memória em uma forma lógica e/ou hierárquica, de uma série de representações ou conhecimentos relativos a um tema, que são denominadas macroestruturas. Essas macroestruturas, quando da (re-)semiotização de um texto, são reorganizadas e inseridas em estruturas básicas (relações predicativas e/ou sintagmas) e
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Mestranda em Língua Portuguesa – Universidade de São Paulo.
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desenvolvem-se em diversas formas de organização linear (planos, esquemas, seqüências) denominadas de superestruturas textuais.
Adam propôs a noção de seqüências, que seriam “unidades estruturais relativamente autônomas, que integram e organizam macroproposições, que, por sua vez, combinam diversas proposições, podendo a organização linear do texto ser concebida como o produto da