Senhora
Senhora é um romance de José de Alencar, que foi publicado pela primeira vez em 1875, caracterizado pelo nacionalismo e pela temática brasileira, perceptíveis pela narrativa situada na Corte, assim, devido a essas menções a obra é denominada, por alguns teóricos, como romance urbano. Entretanto, por abordar a sociedade como vilã juntamente com seus hábitos doentios, costumes imorais e norteada pelo dinheiro, “Senhora” pode também ser considerado um romance de costumes.
Narrado em terceira-pessoa, o romance é rico em detalhes externos e internos das personagens e do meio que as cercam, assim devido à preocupação com as características psicológicas das personagens, junto com a descrição da realidade esse romance possui certas características realistas, aglutinando o romanesco e o real. A protagonista de “Senhora”, Aurélia Camargo, é idealizada pelo autor como um anjo, uma rainha, assim como uma heroína aos moldes românticos. Porém, ao mesmo tempo em que é anjo tem certa maldade e desejo de “vingança” sobre aquele que a largou e a fez sofrer.
Dividida entre o amor e o orgulho ferido, ela negocia seu casamento com Fernando por um dote de cem contos de réis. O acordo realizado inclui, como uma de suas cláusulas, o desconhecimento da identidade da noiva por parte do contratado até as vésperas do casamento. Ao descobrir que sua noiva é Aurélia, Fernando fica muito feliz, e surpreso, pois, mesmo que a tenha largado por interesse, na verdade, nunca deixou de amá-la. A jovem, porém, deixa claro: "comprou-o" para representar o papel de marido que uma mulher na sua posição social deve ter.