Semana 1 FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA JURÍDICA O Direito é uma ciência que possui natureza interdisplinar, visto que se comunica com outras áreas do conhecimento. O Direito e a Psicologia são ciências que têm por objeto comum o comportamento humano. Enquanto o Direito busca regulá-lo, a Psicologia procura investigá-lo. Dessa forma, para que o Direito possa melhor regular o comportamento da sociedade, é fundamental que se conheça o comportamento do indivíduo, cujos elementos são fornecidos pela Psicologia. Na realidade, as duas ciências se relacionam por diferentes maneiras. Por exemplo, uma das preocupações do Direito Penal é justamente investigar as circunstâncias do crime e a motivação do agente criminoso na prática do delito. A análise de aspectos com personalidade do réu ou crime praticado com “forte emoção” requer fundamentos que, necessariamente, a psicologia irá fornecer. Por outro lado, o Direito de Família irá tratar de questões circundantes às relações afetivas. As disposições legais a respeito da família regulam questões decorrentes dos fatos relativos à esse grupo, tais como casamento, divórcio, guarda de filhos, direito de visita. Dessa forma, quem será o melhor genitor para a guarda dos filhos, se um dos genitores impede o outro de exercer seu regular direito de visita, se tal pessoa ou casal preenche ou não os requisitos para adotar uma criança são questões a serem enfrentadas pelo direito que carecerão de fundamentos da psicologia. Outro ramo do Direito Civil irá se debruçar sobre os danos morais. Ora, mas que aspectos serão analisados na valoração sobre tais danos, senão a vergonha, a humilhação, o constrangimento sofridos pela vítima? E tais sentimentos são nada mais que aspecto a serem estudados no campo emocional que, por sua vez, encontra eco no estudo do psiquismo. Sem esgotar a grande possibilidade de exemplos que se travam entre as duas áreas, está cada vez mais em voga o estudo do impacto jurídico da violência psíquica,