SEM TERRAS, SEM LEIS, SEM LIMITES
Sem terras, sem lei e sem limites
Nara Teresa R. Magalhães
Em meio às turbulências provocadas pela desestabilização da economia nacional e às vésperas um novo mandato presidencial, o problema dos sem-terra vem, mais uma vez, despertar a atenção dos políticos e da sociedade. Governos se sucedem e ainda não se tem , de fato, uma legislação coerente com os anseios dessa minoria que luta por um pedaço de terra para plantar, dentro dos limites continentais do território brasileiro.
Assim, desorientados e desesperançosos, os integrantes do Movimento dos Sem-Terras – MST – tornam-se alvo fácil de manobras oportunistas , fanáticos religiosos e desempregados que engrossam as suas colunas e abalam os alicerces democráticos na medida em que teimam em invadir, sem critérios nem limites, terras que não lhes foram doadas, com o intuito de chamar a atenção da mídia e dos vários segmentos sociais. É importante, no entanto, ressaltar a importância do seu papel na realidade brasileira, visto que é o único movimento legitimamente nacional. Apesar disso, não se pode deixar de evidenciar que seus ideais agrários foram deturpados e, em seu lugar, criaram-se redutos de oposição política voltados para a criação de um Estado mais justo, visando uma ampla reforma de caráter marxista-leninista, herança de um passado trágico que o mundo inteiro já aboliu e a sociedade mundial repudia veementemente.
A falta de uma legislação que diferencie propriedade produtiva de terras abandonadas é um dos principais empecilhos ao diálogo e à harmonia das negociações; mesmo tendo recebido do atual governo o equivalente a cinco Dinamarcas, alguns líderes do MST não admitem que as pessoas abandonem as estradas para cultivar as terras recebidas. Os casos de sucesso não são noticiados , mas sabe-se que muitos agricultores que realmente haviam perdido suas terras conseguiram criar cooperativas em assentamentos prósperos , fruto