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Este, no filme, é viril, bruto, corajoso, seguro, produtivo, sem filhos, sem relações familiares, independente e livre. Porém existe um traço da sua personalidade que não se concilia com as representações típicas do “homem exemplar”. Este homem é também, antiético, pois retira parte da sua renda através de actos criminosos. Entra em cena, então, a mulher (personagem secundária), ela chama-se Irene. Ela é uma empregada que, em oposição perfeita ao personagem masculino, encarna todas as características antiquadas do ser feminino: é mãe, casada, doce, com família, sofredora, honesta, amável, fiel e bela. Ele concerta carros, ela serve mesas.
Já no íncio vê-se, portanto, a afirmação de relações de género antiquadas e estereotipadas, ou seja, personagens e argumentos carentes de complexidades, distanciando-se de filmes conhecidos como filmes de arte, autor ou filmes de festival.
Existe na mulher um problema que funciona como instrumento de exaltação da suas “qualidades femininas” (à semelhança do detalhe antiético do personagem masculino), o seumarido está preso e ela está à espera. Constatam-se, então, dois empecilhos para a união dos personagens e para a afirmação do carácter heteronormativo do filme: o homem é um criminoso e a mulher é