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O ato de administrar envolve relações entre seres humanos, seja na política, na economia, na fábrica, na escola, em qualquer organização humana e na sociedade como tal. E mais especificamente há o envolvimento com o poder quando falamos de administração pública. Aliás, temos a ver com o poder em todas as nossas relações sociais. No entanto, se perguntarmos o que é o poder, ouviremos provavelmente as seguintes frases:
X O poder corrompe.
X Todo poder é violência.
X Saber é poder.
Ou então:
X Importa chegar ao poder, pois só assim somos livres.
X Deus é todo-poderoso.
X O governante que não usa do seu poder é mau governante. X Tal administrador público não merece ter o poder.
X Se os pais não usarem de seu poder, a educação dos filhos falha.
DUAS CONCEPÇÕES DE PODER
Continuando nossa incursão no tema geral das relações entre ética e política, e mantendo-nos fiéis ao propósito de apresentar um convite para pensar sobre o que (nos) acontece, repetimos a pergunta: o que é o poder? Será que ele é mesmo ruim? Se o exercício do poder político é moralmente mau, teríamos a coragem de dizer que toda administração pública, por estar envolvida com o poder político, também é moralmente má? Será que de fato o poder é sinônimo de corrupção ou repressão? Ou ver o poder como sinônimo de corrupção equivale precisamente a não pensar, a se conformar com a situação? E se o poder político se torna sinônimo de corrupção, são apenas os políticos os responsáveis por isso? A quem convém que pensemos que o poder corrompe? Aos que são em geral governados em todas as dimensões da própria vida ou aos que
(ainda) usufruem de alguma autonomia? Aos que costumeiramente obedecem ou aos que normalmente mandam?