Sem Justiça ou com injustiça?
Hamilton Fioravanti
Nos primeiros dias da faculdade de administração, há mais de trinta e cinco anos, fui surpreendido por uma questão colocada por um professor para a classe: O que seria pior para um administrador de empresas, ter uma informação errada ou não ter nenhuma informação? Apesar de não haver consenso, rapidamente se apontou pelos que falavam mais alto, a informação errada como a pior coisa para um administrador de empresas, e o mestre calmamente sentou-se na beira da mesa e disse: - “As duas são péssimas, mas, a melhor vocês saberão quando a escola e o tempo lhes ensinar”.
Entre o jogo de palavras pior e melhor, que pode nos levar à confusão, no fundo disse que estávamos certos, em parte, mas não concordava com nossa forma de raciocínio, precipitada e manipulada. Afinal, éramos estudantes de administração e todo administrador tem de tomar decisões rapidamente, só esquecemos que eram os primeiros dias de aulas de um curso de quatro anos, e que a ponderação, a razão e o conhecimento equacionam qualquer problema, lembrando, inclusive, que a informação errada é uma ótima informação, se sabemos que ela é errada. Assim fica mais claro entender sua colocação, devemos procurar na razão – legitimidade, e na ponderação - ampla discussão, um possível consenso para as ações imediatas, até que o conhecimento e o tempo gerem as melhores soluções.
Para que eu disse isso? E o que tem isso com o título: Sem justiça ou com injustiça? Por um motivo muito simples, se a impunidade aos crimes que se cometem diariamente nos revolta, a injustiça é a pior coisa que um ser humano pode sofrer, pessoal ou coletivamente. Basta imaginar você sendo condenado à morte e não ter cometido o crime, como é mais comum do que se pensa em países que permitem esse tipo de punição. Triste, não é! E pior, o clamor por necessidade de justiça a qualquer preço, apazigua a alma dos que te condenaram e da população em geral, que foi facilmente manipulada