Justiça e Injustiça
Mesmo na pós-modernidade, a justiça brasileira ainda apresenta traços do seu colonizador ibérico. Em uma sociedade construída sobre desigualdades, “a injustiça é cega e a justiça enxerga bem, mas só quando convém”. Mesmo com as mudanças adotadas por governantes nas últimas décadas, nem todas crianças carentes são enxergadas e protegidas pelo Estado. A incapacidade de adaptar-se as necessidades existentes da estrutura governamental brasileira venda os olhos da justiça. Baseada na cultura da personalidade, a relações são formadas a partir de privilégios e status. Essa postura parcial é um obstáculo para o exercício da equidade. Grupos com menor projeção social não são assistidos nas suas necessidades. O Estado não proporciona a todas as crianças o direito de estudar, ter lazer e acesso saúde, por exemplo. Muitas iniciam precocemente no mundo das drogas, deixam de frequentar a escola e cometem pequenos delitos como tentativa de transformar a sua realidade. Porém, os últimos governos têm dado mais ênfase aos pobres e crianças carentes. Programas de inclusão e auxílio financeiro para famílias que preenche alguns requisitos de cuidado com suas crianças são mecanismos de proteção adotados. Mesmo assim, de acordo com o último censo, cerca de vinte e cinco mil crianças vivem espalhadas nas ruas brasileiras. A justiça precisa tirar a venda da indiferença para cuidar dos seus pequeninos. O Estatuto da Criança e do Adolescente teve ser cumprido em sua totalidade e as autoridades devem se posicionar de forma a garantir isso.
Sendo assim, devemos recusar categoricamente ao destino que nosso passado nos impõe. A população deve cobrar uma postura ativa de seus líderes. Os estadistas devêm cumprir as suas responsabilidades como mediadores para que as desigualdades sejam atenuadas. Assim, poderemos fazer do Brasil outra nação. E até transformá-lo em uma mãe gentil.Tássio Martins As relações