Os sofistas e o marketing político
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Os sofistas e o marketing político. Depois de em média dois milénios e meio, damo-nos conta que o nosso mundo atual está muito próximo da visão do homem e da vida dos Sofistas. Hoje nas sociedades mais avançadas, marcadas pelo multiculturalismo e pelo acelerado processo de mundialização, acentuado pelo desenvolvimento da Internet e dos outros meios de comunicação, vive-se um relativismo muito próximo daquele que esteve na base da prática dos grandes mestres da sofística antiga. Por outro lado, há uma valorização crescente da persuasão, por via da publicidade e do marketing político. As democracias ocidentais assumem-se como regimes políticos abertos, capazes de incorporarem reformas profundas das suas instituições, sem o recurso à violência, estabelecidas com base no consenso obtido através da argumentação persuasiva. A palavra é de novo rainha, não a palavra entendida como um oráculo divino, mas a palavra instrumento de comunicação e veículo de ideias partilháveis, mobilizadoras em termos políticos. A opinião pública é um dos esteios da democracia - trata-se da Doxa reabilitada como importante meio de agregação social que garante, ao mesmo tempo, a coesão social e, também, se torna um dos alvos do discurso político e da ação política. O que coloca a liberdade de expressão como um dos valores mais importantes das democracias modernas. No entanto, não vivemos num mundo perfeito: existem inúmeros dispositivos de manipulação da opinião pública e da adesão dos cidadãos a crenças e valores dependentes de interesses que lhes são alheios, ou que estão ligados a estratégias de poder que, em si, não têm nada de democrático. Os cidadãos só poderão estar a salvo destes mecanismos de manipulação se tiverem ferramentas conceptuais que lhes permitam desmontá-los e entender as suas dinâmicas internas. Para isso há que apostar na educação, as pessoas devem desenvolver a sua razão, duma forma livre, criativa e crítica, para poderem ser agentes duma