Sofismo e o marketing político
Os sofistas eram professores que vendiam ensinamentos práticos de filosofia. Davam aulas de eloqüência e de sagacidade mental. Ensinavam conhecimentos úteis para o sucesso nos negócios públicos e privados.
Os sofistas viveram numa fase filosófica caracterizada pelo interesse no próprio homem e nas relações políticas do homem com a sociedade.
O momento histórico vivido pelo mundo grego favoreceu o desenvolvimento desse tipo de atividade praticada pelos sofistas. Era uma época de lutas políticas e intenso conflito de opiniões nas assembléias democráticas. Por isso, os cidadãos mais ambiciosos sentiam necessidade de aprender a arte de argumentar em público para conseguir persuadir em assembléias e, muitas vezes, fazer prevalecer seus interesses individuais e de classe.
As lições dos sofistas tinham como objetivo, portanto, o desenvolvimento da argumentação, da habilidade retórica, do conhecimento de doutrinas divergentes. Eles transmitiam, enfim, todo um jogo de palavras, raciocínios e concepções que seria utilizado na arte de convencer as pessoas, driblando as teses dos adversários.
Desde então se considerou a sofística como uma arte de manipular raciocínios, de produzir o falso, de iludir os ouvintes, sem qualquer amor pela verdade.
O marketing político, todavia, é puramente sofístico. Os candidatos utilizam desse meio para manipular os eleitores e conseguirem mais votos. Prometem e não irão cumprir no mandato.
Os políticos iludem os eleitores com um ótimo e conquistador discurso; um discurso teatral, humano, fraternal, salvador e igual, além de uma mega produção partidária com bandeiras, música da fácil gravação na memória, adesivos, comerciais... Tudo isso para manipular cada vez mais a população carente de mudanças sociais.
Assim, o candidato promete o que a população deseja como moradia, escolas, transportes, saúde e até mesmo o fim da corrupção e assalto aos cofres públicos, e, por fim, nada daquilo que foi