Saúde!
Essa definição foi criada por um médico e filósofo francês chamado Georges Canguilhem, que nasceu em 1904 e morreu em 1995, num livro que ele escreveu em 1943 chamado “O Normal e o Patológico”, que quem tiver a oportunidade de ler, não perca. É um livro em que ele discute os conceitos de saúde e doença, mas pra falar desse presente maravilhoso que a gente ganha quando nasce, que é a vida.
Canguilhem é um vitalista. O que isso quer dizer? Alguém sabe? Quer dizer que ele é alguém que acredita na vida e na força que ela tem pra se afirmar pela possibilidade de cada um se reinventar a cada instante. Vocês já pararam pra pensar como a nossa vida se reinventou desde que a gente nasceu até hoje? A gente já foi tanta coisa e não é mais, já não foi e agora é, e é tantas outras coisas e ainda vai ser muitas mais até o fim da nossa existência. Quem poderia dar um exemplo de como a própria vida ou a vida de alguém conhecido se reinventou? É disso que o Canguilhem está falando: a vida carrega em si essa possibilidade de reinvenção.
Mas por quê, como, anh? Para o Canguilhem, a vida é caracterizada por movimento. Vocês já ouviram alguém dizer: “Ah, isso sempre foi, é e vai continuar sendo assim”? Muitas vezes, né? Pois é. Para o Canguilhem, não. Pra ele, as coisas não sempre foram, são e vão continuar sendo assim. Pelo contrário: pra ele, a vida é muito mais voltada para mudanças do que para permanência, imobilidade, passividade. Mas não se assustem. O ser humano foi concebido, dotado de capacidade para lidar com esta instabilidade. Como? Através da criação permanente de novas formas de viver. Já vamos falar mais sobre isso.
Essa capacidade de lidar com a instabilidade é uma característica humana, vital, de lutar constantemente pela vida contra os