Rousseau e o Contrato Social
Quais as razões que levam os indivíduos a formarem o Estado e, ou, manterem a organização, ordem social?
É evidente que a vida em sociedade traz benefícios para o homem, mas, por outro lado, também favorece a criação de uma série de limitações, que em certos momentos e determinados lugares, são de tal modo numerosas que chegam a afetar a própria liberdade humana. Contudo, o homem continua vivendo em sociedade. Como explicar tal fato? É possível que haja uma força coativa irresistível que impede a liberdade dos indivíduos e os obriga a viver em sociedade mesmo contra a vontade? O será que podemos aceitar que é movido pelas necessidades oriunda de sua própria natureza, que os homens são levados a aceitar voluntariamente e como necessidade imperiosa, as limitações impostas pela vida social?
Estas duas posições, a que sustenta que a sociedade é fruto da própria natureza humana e a que defende que a sociedade é, somente, a consequência de um ato de escolha, vêm através dos séculos sendo apresentadas por adeptos respeitáveis, que procuram demostrar com fartos argumentos o acerto de sua posição. A afirmação de Aristóteles que “o homem é naturalmente um animal político” (ARISTÓTELES apud DALLARI, 1985 p. 8), que vem desde o século IV a.C., é o antecedente mais remoto de que o homem é um ser naturalmente social. Segundo o filósofo grego, só um indivíduo vil ou superior ao homem procuraria viver isolado dos outros homens sem que isso fosse constrangido. Sustenta ainda o filósofo, que os animais irracionais que vivem em permanentes associação, constituem meros grupamentos formados pelo instinto, já que o homem é o único que possui a razão, o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto.
Nessa mesma ordem de ideia, por influência de Aristóteles, encontramos em Roma no século I a.C., a afirmação de Cícero de que “ a primeira causa da agregação de uns homens a