Contrato Social - Rousseau
No início da obra Do contrato social, o autor apresenta o objetivo do tratado: investigar a legitimidade das modificações decorrentes da perda da liberdade individual do homem. Para Rousseau, o poder político decorre do estabelecimento de um acordo entre governados e governantes, a partir de concessões do direito de administração e do dever de obediência. O contrato social é fundamentado em um pacto convencional, por meio do qual os cidadãos, em condições justas, abrem mão de seus direitos individuais e consentem com o poder de uma autoridade na qual depositam confiança. O Estado, resultante desse acordo, tem o dever de proteger os cidadãos. O pacto social supõe um processo que garante a segurança do indivíduo ao privilegiar a comunidade. Uma sociedade política, regida por leis e fundada em um acordo universal e invariável, que beneficia todos igualmente, é organizada com base em deveres mútuos e privilegia a vontade coletiva. (livro I, cap. VI)
2. Em que consiste o chamado "estado de natureza" e de que modo a sociedade política permite ao homem desenvolver sua natureza?
Para Rousseau, o estado de natureza corresponde a um estado original, no qual os homens viveriam sem governo. Os conflitos seriam decorrentes das lutas individuais pela autopreservação. O contrato social constitui o fim desse estado. A concessão dos direitos individuais em nome do bem comum conduz à organização política da sociedade.
De acordo com Rousseau, a organização política resulta das necessidades sociais humanas. Desse modo, ao abandonar o estado de natureza, o homem perde a independência, mas alcança uma forma de liberdade superior e elevada. Ao tornar-se cidadão de uma sociedade, ele tem a oportunidade de aprimorar suas potencialidades humanas e, portanto, desenvolver sua natureza e consciência racional. A virtude não é possível no