Rousseau: da servidão a liberdade
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Nunca houve sociedades livres sem modos e, é a mulher que faz os modos. Nos Estados Unidos, as doutrinas do protestantismo vêm se combinar com uma constituição muito livre e um estado social muito democrático; Chegando ao ponto que estamos, não nos é mais permitido optar: é necessária uma educação democrática para garantir a mulher contra os perigos de que as instituições e os costumes da democracia a rodeiam. Na América a independência da mulher vem se perder irremediavelmente no meio dos laços do casamento. Aliás, a americana nunca cai nos laços do casamento como numa armadilha aprontada para sua simplicidade e sua ignorância. Ensinaram-lhe antecipadamente o que era esperado dela, e é por si mesma e livremente que ela se coloca sob o jugo. Ela suporta corajosamente sua nova condição, por que a escolheu. Há gente na Europa que, confundindo os atributos diferentes dos sexos, pretende fazer do homem e da mulher seres não apenas iguais, mas semelhantes. Não foi assim que os americanos compreenderam a espécie de igualdade democrática que pode se estabelecer entre a mulher e o homem. A América é o país do mundo em que se tomou o cuidado mais contínuo de traçar para os dois sexos linha de ação nitidamente separada e onde se quis que os dois caminhassem em passo igual, mas por caminhos diferentes. Nas aristocracias, os homens são separados uns do outros por elevadas e imóveis barreiras; nas democracias, são divididos por uma multidão de pequenos fios quase indivisíveis, que se quebram a cada instante e que são mudados sem cessar de lugar. Assim, quaisquer que sejam os progressos da igualdade, sempre se formarão nos povos democráticos um grande número de pequenas associações privadas no meio da grande sociedade política. Mas nenhuma dela se parecerá, pelos modos, com a classe superior que dirige as aristocracias. Os americanos, em suas relações com os estrangeiros, parecem impacientes com a menor censura insaciáveis de elogios, os homens que vivem nas democracias gostam