Roubine
Jean Jacques Roubine em seu livro A linguagem da Encenação teatral nos apresenta o surgimento do encenador e dos elementos teatrais a partir das práticas modernas do final do século XIX.
O nascimento do teatro moderno
Em seu primeiro capítulo nos traz a concepção do teatro moderno francês, marcado pelo surgimento do encenador, que passa a pensar o teatro em sua totalidade de elementos que constituem o espetáculo, e tira a hierarquia do texto, que passa a ser conduzido de uma nova maneira no trabalho teatral.
Quando André Antoine (1858-1943) funda o Theatre-Libre em 1887 a encenação nasce como arte autônoma ao sistematizar suas ideias compondo teorias e novos valores, como, por exemplo, a “teatralidade do real”.
A necessidade de romper com as práticas tradicionais foi impulsionada pelo o que Roubine chama de “dois fenômenos de transformação”: primeiramente as fronteiras geográficas e políticas se dissolvem e as distancias, assim como a rivalidade entre as praticas teatrais existentes minimizam-se. O naturalismo criado na França é difundido em Berlim, Moscou e Noruega, permitindo as diferentes pesquisas dialogarem, concretizando teorias. Assim como faziam os simbolistas, que exploravam os recursos de teatralidade para propor suas próprias práticas.
Produzindo novos discursos entre simbolistas e naturalistas, a descoberta do uso cênico da iluminação elétrica é o segundo fenômeno que transforma a atividade teatral, possibilita a experimentação de novos efeitos visuais, tanto para acentuar o realismo dos naturalistas como para esculpir o espaço vazio dos simbolistas que deixaram de lado todos os materiais de cena e tentavam reproduzir um mundo ideal do discurso poético.
Antoine que trabalha com os conceitos naturalistas,