Jacques copeau e a máscara inexpressiva
Leonardo Augusto Alves Inacio [**]
RESUMO
O presente trabalho apresenta um estudo sobre a pesquisa realizada por Jacques Copeau com a máscara inexpressiva. No final do século XIX e início do século XX, o ator estava subordinado ao texto dramatúrgico. A partir disso surgem questionamentos acerca do fazer teatral e da servidão ao texto dramático. Nesse contexto de questionamentos e na mudança do fazer teatral surge a figura de Jacques Copeau – que em um primeiro momento não se propõe a “revolucionar” a linguagem teatral, apenas deseja ter atores que, além de saberem declamar os textos, possam ir além: que possam falar com a voz, com o corpo e com a alma. Em sua busca por um novo ator, no início do século XX, Copeau utiliza-se, dentre outras ferramentas pedagógicas, da máscara como um dos pilares de sua pedagogia para criar e educar um novo ator, descobrindo que o ator, portando esta, abre-se ao vazio, a esperar, permitindo-se escutar para então agir, e agir de maneira honesta, econômica.
Palavras-chave: Máscara Inexpressiva; Jacques Copeau; treinamento de ator.
O trabalho de Jaques Copeau com a máscara inexpressiva surge a partir de um contexto no qual o teatro do século XIX de influência francesa seguia uma rígida hierarquia de gênero influenciada pelos pensamentos e pela política do século XVII, que coloca o autor e o texto como primeira e única importância do fazer teatral, com todos os outros elementos girando em torno da fala do autor (ROUBINE, 1998, p. 45-46). Quem não se dobrou ao domínio do texto, como as companhias de Commedia dell'Arte, que em seu fazer teatral privavam o autor de poder, acabaram por ser marginalizadas[1] (ROUBINE, 1998, p. 46-47). Com isso, o teatro francês abriu mão de explorar a fusão dos elementos cênicos na criação do espetáculo; o teatro passa a se focar na declamação de Corneille, Racine e Molière, "o teatro não escapará mais de uma hierarquização das competências, em cujo topo