Romantismo promessas e realizações
As relações dos movimentos românticos com o pensamento liberal e com a forma de individualismo que lhe corresponde e, mais ainda, com as praticas de poder do regime disciplinar são a primeira vista franca exposição. Contudo, tanto o romantismo como o iluminismo no século XVIII corresponderam a movimentos de exteriorizações das experiências privatizadas; por exemplo, na Franca e na Alemanha foram plataformas criticas as convenções, regras e procedimentos de controle absolutistas impostos as esferas públicas.
Não pela origem comum, mas pela convivência de temas iluministas e românticos em diversas obras do século XVII impõe se a necessidade de compreender iluminismo e romantismo de forma menos dicotômica e mais articulada. Finalmente, a versão do liberalismo de Stuart Mill, que acabamos de resenhar, mostra como em pleno século XIX o pensamento liberal precisou recorrer ao ideário romântico para se fortalecer na sua luta contra os avanços do regime disciplinar. Devemos reconhecer o conflito entre iluminismo e romantismo, a tarefa da analise deve ser, exatamente, a de revelar como se constitui este campo em que iluminismo e romantismo se reúnem e se separam como ingredientes inseparáveis mutuamente indispensáveis de uma mesma configuração ideológica. Acompanhando a expansão do pensamento romântico como critica ao iluminismo, ao liberalismo ao individualismo da ilustração. Coube aos artistas, músicos, poetas e pensadores românticos por em questão as perspectivas do iluminismo como principio civilizatório.Tanto a epistemologia iluminista – empírica e racional - como os valores liberais de independência individual, e a conjugação destes traços numa interpretação individualista da vida social (a qual incluía tanto a noção de um contrato firmado entre os indivíduos livres para a instituição da sociedade como a articulação dos átomos econômicos através dos mercados e de suas leis impessoais) foram rejeitados. O próprio termo