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O pagador de promessas-Dias Gomes

A história acontece na década de 60, no estado da Bahia, e inicia-se com uma promessa. Zé do Burro faz um pedido à Santa Bárbara para que faça um milagre em seu burro, que fora ferido por um galho de árvore. A promessa foi feita em um terreiro de candomblé pois, na cidade não havia uma igreja dedicada à santa, que a qual leva no terreiro leva o nome de Lansã. Portando uma cruz nos ombros, Zé do Burro e sua mulher, Rosa, caminham sete léguas do sertão baiano até Salvador com o intenção de pagar a promessa. Chegam a Salvador de madrugada, acomodando-se nas escadarias da igreja dedicada à Santa. São interpelados pelo galanteador Bonitão, que se aproveita da simplicidade de Zé do Burro para seduzir Rosa. A mulher resiste no início, mas acaba por passar a noite com ele em um quarto de hotel. Ao contar ao padre que a promessa fora feita em um terreiro de candomblé a Iansã, Zé é impedido de entrar na igreja. Obstinado, ele insiste em permanecer, ignorando os apelos da mulher para partirem. Zé do Burro torna-se assunto na cidade e acaba alvo de um repórter sensacionalista, que distorce os fatos e o retrata como um messias que apoia a reforma agrária.
Ao saber por Marli, uma prostituta apaixonada por Bonitão, que Rosa passara a noite com o homem, Zé começa a dar vazão à sua revolta. Já Bonitão, decidido a se livrar de Zé para poder se aproveitar de sua esposa, convence um policial, da veracidade da versão do jornal. Depois de muita insistência, o Monsenhor tenta convencê-lo a refazer a promessa para que possa entrar na igreja. Desacatando as considerações do eclesiástico, Zé se enfurece e termina autuado pela polícia. Recusando-se a ir detido, tenta desesperadamente entrar na igreja com a cruz para cumprir sua promessa, ao que é assassinado pelo policial. Os capoeiristas, por fim, fazem entrar, sobre a cruz, seu corpo na igreja.

O Encontro Marcado- Fernando Sabino