Resumo: A Gestação do Espaço Psicológico no Século XIX:
As vicissitudes do liberalismo e do individualismo O liberalismo, para John Locke, sustentava a tese dos direitos naturais do indivíduo a serem defendidas pelo Estado. A este não cabia intervir na vida privada de ninguém, mas regular as relações entre indivíduos. A liberdade privada deveria ser preservada, o apego ao particular e ao individual seria o mais genuíno espírito do liberalismo clássico. Jeremy Bentham e seu utilitarismo dá um novo rumo às ideias liberalistas, iniciando assim a descaracterização do liberalismo clássico. Pensar em eficiência, interesse e utilidade também pertenciam ao liberalismo. Contudo, essa nova linha substitui os valores da defesa intransigente dos direitos naturais dos indivíduos pelo cálculo racional da felicidade. A partir deste cálculo o Estado já começa a ganhar o papel de intervir positivamente na administração da vida social, a fim de promover a felicidade da sociedade, por meio de punições e recompensas. A ênfase na garantia dos direitos individuais é substituída pela ênfase nas consequências, de forma a favorecer a maioria. Os indivíduos são deixados livres para escolher entre castigos e recompensas. B. F. Skinner desenvolve a “engenharia comportamental' baseado nas teorias de Bentham. A partir do século XIX o velho liberalismo dá lugar ao utilitarismo disciplinador, vivido na pele por John Stuart Mill, criado e educado de acordo com o benthamismo. Mill aproxima-se dos ideais românticos ingleses e alemães usando ingredientes iluministas para criar sua obra, que tentava correlacionar o público ao privado. Observa-se, com Stuart Mill, uma nova noção do caráter individual. Acreditava-se nas diferenças de personalidades dos indivíduos. A liberdade agora se identifica