Ritos de passagem Lévi-Strauss
Os temas dos rituais, ritos de passagem são considerados como clássicos na literatura antropológica.
Muitas vezes, quando pensamos em ritual, duas idéias nos vêm à mente: por um lado, a noção de que um ritual é algo formal e arcaico, quase que desprovido de conteúdo, algo feito para celebrar momentos especiais e nada mais; por outro lado, podemos pensar que os rituais estão ligados apenas à esfera religiosa, a um culto ou a uma missa.
A história do ser humano é constituida universalmente por periodos de desenvolvimento, determinados por transformações sociais, psicológicas, biológicas e culturais há momentos de mudanças muito significativas que marcam de forma definitiva a personalidade, o modo de ser de todas as pessoas. Lévi-Strauss discorre sobre os vários ritos de passagem, ritos estes relacionados às mudanças mais significativas pelas quais passamos em nossas vidas: nascimento, entrada na vida adulta, casamento, morte. Estes quatro acontecimentos são marcados por rituais em quase todas as culturas e, num certo sentido, “simbolizam uma iniciação”, nas palavras dos autor.
Do mesmo modo, a morte não se relaciona simplesmente com um cadáver, com o fim de uma vida, mas trata-se igualmente de uma nova condição, uma nova iniciação à vida eterna, ao reino dos mortos (dependendo das crenças de cada grupo sobre o destino dos homens). Os rituais de sepultamento igualmente simbolizam a separação do mundo dos vivos; estes devem zelar pelo bom encaminhamento dos ritos segundo os costumes do grupo. O não-cumprimento destas prescrições pode ocasionar resultados, como o destino da alma que pode errar sobre a terra, ou ocasionar outros riscos para o mundo dos vivos.
O autor exemplifica estas transformações simbólicas, culturalmente determinadas segundo os diferentes grupos sociais: assim como um bebê não é propriamente “vivo”, até passar pelos ritos de nascimento, um cadáver não é propriamente “morto”, até passar pelos