BOLETIM VOZ DE AMOR
Para mim, Lisboa era algo mágico. Uma cidade linda, calma e maravilhosa que faz parte da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa onde eu podia atingir os meus objetivos e realizar todos os meus sonhos.
A expressão da influência portuguesa, resultante dos mais de cinco séculos que assinalam a relação Portugal-África, é ainda feita notar no âmbito das dinâmicas sociais e culturais cabo-verdianas. Em virtude das vagas de emigração e da forte influência portuguesa no continente africano, estudar em
Portugal e no Brasil é o sonho de qualquer estudante cabo-verdiano (um sonho que era também o meu).
O primeiro ano foi muito difícil. Foi necessário adaptar-me a novos hábitos e fazer novos amigos. O período mais complicado coincidiu com o inverno, nomeadamente com os meses de Dezembro a Janeiro, em virtude das baixas temperaturas e de muita chuva que se fazia sentir. Um clima verdadeiramente oposto ao de Cabo Verde.
Senti muitas saudades e, no início, chorava muito pois Cabo Verde é um país pequeno, onde toda gente se conhece, o que não acontecia em Portugal que é um país de maiores dimensões. Contudo, hoje faço um balanço positivo e posso dizer: valeu a pena!
Entrei na formação superior - o que foi para mim muito relevante na medida em que o meu objetivo sempre passou pela aposta na formação -, consegui trabalhar e estudar ao mesmo tempo e viajei muito, tendo conhecido cidades europeias como Paris, Madrid, Barcelona,
Munique e Lausanne.
O ensino português é mais exigente do que o cabo-verdiano, possuindo as pessoas uma vasta cultura geral e onde também existem diferentes media - acessíveis à maioria da população - que tornam possível a formação de indivíduos mais atentos e informados.
Os estudantes devem ir preparados para enfrentar os problemas que possam surgir. Não basta falar, é preciso expressar-se bem! Apesar de tudo, não devem sentir-se limitados.
Devem arriscar, porque com