Revolução oligarquica
Uma serie de descontentamentos da população com o governo da região.
O prefeito do Rio, Pereira Passos havia promovido uma ampla reformulação urbana na cidade sem medir, contudo, as consequências deste ato. Casas pobres foram desmanteladas para dar lugar à imensas avenidas. Por outro lado, o médico sanitarista Oswaldo Cruz promovia uma verdadeira “caça aos ratos e mosquitos”, derrubando outras casas na frustrada tentativa de mudar os hábitos da população mais pobre do Rio de Janeiro.
A revolta da população ganhou novo ímpeto quando o governo anuncia a obrigatoriedade da vacina contra a varíola. A falta de conhecimento sobre a vacinação fez com que corressem boatos de que as vacinas seriam aplicadas nas coxas das moças, próximo a virilha.
Somados os descontentamentos, a revolta estrou em 1904 com grande arruaça: população com barricadas nas ruas e trilhos de bondes arrancados. Teve até a adesão de militares que apoiavam o Marechal Floriano e que se aproveitaram de tal revolta para criticar o governo de Rodrigues Alves. Como não deveria deixar de ser, a repressão ao movimento foi muito violenta e a rebelião é esmagada pelo exército.
No entanto, como afirma o historiador José Murilo de Carvalho em seu livro ”Os bestializados”:
“A Revolta da Vacina permanece como exemplo quase único na historia do país de movimento popular de êxito baseado na defesa do direito dos cidadãos de não serem arbitrariamente tratados pelo governo. Mesmo que a vitória não tenha sido traduzida em mudanças politicas imediatas além da interrupção da vacinação, ela certamente deixou entre os que dela participaram um sentimento profundo de orgulho e de autoestima, passo importante na formação da cidadania. O repórter do jornal “ A Tribuna”, falando e elementos do povo sobre a revolta, ouviu de um preto acapoeirado frases que bem expressavam a natureza da revolta e este sentimento de orgulho. Chamando o repórter de “cidadão”, o preto justificava a revolta: era