resumo a política aristoteles
Capítulo 1
[1252a]Visto que toda cidade é um tipo de associação e que toda associação se forma tendo em vista algum bem (porque todos os homens sempre agem tendo em vista algo que lhes parece ser um bem), resulta claramente que, se todas as associações visam um certo bem, aquela que é a mais alta de todas e engloba todas as demais é precisamente a que visa ao bem mais alto de todos; ela é denominada cidade (pólis), ou comunidade política.
Todos os que julgam que o governo político (politikón), real (basilikón), familiar (oikonomikón) e senhorial (despotikón) são uma mesma coisa exprimem-se de maneira inexata, e não vêem em cada um [desses diversos modos de autoridade] senão uma diferença de mais e menos, não uma diferença de espécie; assim, se a autoridade é exercida sobre um pequeno número, trata-se de um senhor; se esse número é maior, de um chefe de família; se é ainda mais elevado, de um chefe político ou rei, como se não houvesse a menor distinção entre uma grande família e uma pequena cidade. Quanto aos governos político e real, [dizem que a diferença é que] se um homem governa sozinho, é um rei; se, ao contrário, ele exerce o poder segundo os ensinamentos da ciência política, sendo alternadamente governante e governado, trata-se propriamente de um poder político. Ora, nada disso é verdade, o que ficará claro ao examinarmos o assunto segundo o método que até agora nos guiou. Assim como em outros domínios é necessário proceder à divisão do composto (sýntheton) até chegar a seus elementos mais simples (asýntheton), isto é, às menores partes do todo. Desse modo, ao considerar os elementos dos quais a cidade se compõe, veremos melhor em que diferem as formas de autoridade mencionadas, e se é possível obter delas um conhecimento exato.
Capítulo II
É, portanto, pela consideração das coisas a partir de sua origem e em seu desenvolvimento que se pode, aqui como em outros domínios, chegar ao ponto de vista mais elucidativo.